Quando a Internet surgiu, não faltaram críticas à nova tecnologia. A principal delas era a de que tudo viraria virtual – as amizades, os relacionamentos amorosos, as emoções de nosso cotidiano. A Internet faria da humanidade diversas ilhas isoladas, cada um em seu mundinho.
Amigos não mais se abraçariam, os beijos e carinhos se tornariam cada vez mais raros e a bronca de um pai para um filho seria somente via ICQ (lembram-se disso?). O cafezinho com o cliente? Ah sim... esse continuaria existindo: ele tomando o seu espresso lá e você com o seu aqui, do outro lado da tela.
É verdade que o mundo está mais digital do que nunca, e até compras de supermercado são feitas on-line. Compramos remédios, alimentos, livros, CDs, carros, viagens, eletrodomésticos, pixels (pixels?!?) e mais um bando de tranqueiras que não compraríamos se fôssemos a um shopping.
Sinto que estamos de fato ligados no 220v. Ou 110v, de acordo com a voltagem de seu laptop, celular, iPad, televisão, vídeo-game, micro-ondas (micro-ondas??) e tudo aquilo que está hoje ligado à Internet.
Agora retomemos o início deste texto: isolar as pessoas? Definitivamente não.
Nunca estivemos tão perto – ao menos virtualmente – de pessoas que não víamos há mais de 10 anos, às vezes 20, 30. As redes sociais nos fazem saber se fulano teve filho, se separou ou, simplesmente, se está lendo um livro que acabou de comprar. Em imagens instantâneas ou frases de 140 caracteres, as pessoas expõem tudo – e ao mesmo tempo, nada – ao mundo.
E como uma organização pode aproveitar isso?
Relacionamentos são feito de laços. Os relacionamentos se interligam e, quanto mais nos relacionamos com as pessoas, novos e mais fortes laços se iniciam – daí o conceito de REDE. Talvez eu não conheça a pessoa X, com quem quero me relacionar. Mas conheço a Y, que conhece a Z, que conhece a X. E, assim, usando a rede, chegamos a quem queremos.
O Facebook hoje tem 0,7 bilhão de usuários – cerca de 19 milhões só no Brasil. O Twitter tem 170 milhões, e o Brasil representa o segundo país com maior número de usuários do microblog.
Saber usar conscientemente as redes sociais vai bem além de postar o que está fazendo ou onde está naquele momento. Também não se limita a ter o maior número de amigos ou seguidores cadastrados em sua página.
Saber selecionar os usuários e informar somente aquilo que querem ler. Aí está o início de um longo percurso de bons – e rentáveis – relacionamentos entre organizações e internautas no mundo inteiro.
Após esse primeiro passo, começa a saga: pesquisar, pesquisar, pesquisar... o que meus seguidores gostariam que eu postasse? O que realmente fará alguma diferença para ele? Como atrair mais seguidores que interessam à minha organização? Como fazê-los interagir (lê-se, “curtir”, “compartilhar”, “retwittar”) em minhas redes? Como atrair recursos (financeiros, humanos, materiais e intelectuais) para usufruto de minha equipe?
A tecnologia das redes sociais foi inventada, reinventada e será ainda remodelada centenas de vezes, conforme a mudança do comportamento dos usuários. Adaptar-se a cada mudança é o desafio e o segredo do sucesso.
Marcio Zeppelini
[email protected]
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