Voluntariado 2.0: cidadania e Interatividade a um Click de Distância

Por: Felippe William
22 Janeiro 2015 - 23h54

Como a internet pode contribuir para a realização de ações sociais

 

O termo voluntariado traz consigo uma série de definições e ramificações. Pode-se dizer, de maneira resumida, que o voluntariado é uma mescla de atividades de interesse social e comunitário, na qual toda a ação realizada é revertida em prol do serviço e do trabalho. A prática voluntária é isenta de qualquer tipo de remuneração ou lucro, tornando-se, assim, uma atividade de prestígio e colaborando para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.
O serviço voluntário se transformou em um importante elemento para o crescimento do Terceiro Setor. Devido a esse tipo de atividade, muitas ações da sociedade organizada têm preenchido o pouco ou a ausência de investimentos do governo em áreas como saúde, educação, lazer etc.
Existem inúmeras instituições e organizações que adotam o serviço voluntário de milhares de pessoas, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. O grupo Rotary International, a Cruz Vermelha e o Médicos Sem Fronteiras são alguns exemplos. No Brasil existe o SVI Brasil, um programa que promove o intercâmbio de serviços voltados ao voluntariado.
As ações voluntárias são atividades sérias e muitas vezes requerem especialização e profissionalismo, uma vez que empresas de diversos setores (hospitais, clínicas, escolas etc.) necessitam da contribuição de profissionais formados em diversas áreas.
O voluntariado é um movimento inerente ao exercício da verdadeira cidadania, traduzido em uma relação de solidariedade ao próximo. Ele se desenvolve por meio de projetos e programas aliados a entidades públicas e privadas que possuam condições de integrar pessoas que queiram atuar como voluntárias. Essas organizações são chamadas de “organizações promotoras”, e cabe a elas organizar os voluntários quanto ao exercício de sua atividade.

Padrões do voluntariado

Alguns princípios regem a prática do voluntariado. São eles:

  • Solidariedade: trata-se da responsabilidade de todos os envolvidos na realização dos objetivos do voluntariado;
  • Participação: ação dos voluntários e das instituições envolvidas nas áreas de interesse social;
  • Cooperação: é a junção de esforços e projetos de entidades que promovem o voluntariado;
  • Complementaridade: o indivíduo que está prestando o serviço voluntário não deve substituir os recursos humanos das entidades promotoras;
  • Gratuidade: a pessoa que presta o serviço voluntário não é remunerada pelo trabalho exercido;
  • Responsabilidade: o voluntário é responsável por executar o trabalho que se comprometeu a realizar, tendo em vista a expectativa criada pelas pessoas às quais a ação será destinada;
  • Convergência: trata-se de harmonizar a atividade do voluntário com os ideais e a cultura da entidade promotora.

Direitos e deveres de um voluntário

Dentro dessas ações sem fins lucrativos também se enquadram os direitos e os deveres do voluntário. Tais medidas auxiliam para que as atividades sejam exercidas de maneira correta e justa, tanto para os voluntários quanto para as instituições. Fazem parte dos direitos do voluntário:

  • Realizar um trabalho que esteja de acordo com as suas experiências e conhecimentos;
  • Poder acessar programas que auxiliem em sua formação e que possam otimizar o seu trabalho;
  • Possuir um ambiente de trabalho favorável, com higiene, alimentação e segurança;
  • Poder participar de decisões que dizem respeito à atividade na qual está envolvido;
  • Ter reconhecimento pelo que desenvolveu ao longo do trabalho, por meio de certificação.
  • Dentre os deveres de um voluntário, fazem parte:
  • Atentar-se e respeitar as normas e os padrões éticos da instituição que promove a ação voluntária e todos os demais envolvidos no processo;
  • Mostrar-se ativo e solidário, fazendo correto uso dos bens, equipamentos e quaisquer outros tipos de recursos disponibilizados;
  • Respeitar as orientações dos profissionais, atentando-se ao calendário das atividades propostas para o programa;
  • Utilizar, durante toda a duração do trabalho, a identificação como voluntário e nunca atribuir a si a responsabilidade pela organização sem que haja conhecimento da mesma.

O voluntariado a distância

Entendendo o processo de funcionamento do voluntariado, tanto por parte da organização promotora quanto por parte dos voluntários, chegamos a um novo nível que a era moderna nos proporciona: o voluntariado a distância, ou voluntariado 2.0.
Com a popularização das redes sociais e da internet em si, uma nova gama de possibilidades se abriu para diversas empresas, instituições e organizações que têm como característica a prática voluntária. O voluntariado a distância, ou voluntariado 2.0, não exige a presença física na instituição, o que não isenta o voluntário de sua responsabilidade. O trabalho feito em casa pode ser encaminhado pela internet ou por meio de uma rápida visita na sede.
Em junho de 2013, a ONG Um Teto Para Meu País, que tem como objetivo acabar com a pobreza por meio de ações sociais transformadoras, realizou o projeto Grande Coleta, no qual foram distribuídos 60 pontos de coleta para doações na cidade de São Paulo. Para conseguir atrair possíveis doadores, a ONG se utilizou da rede social Foursquare, marcando os pontos de coleta para que as pessoas que passassem por perto fossem informadas do local das doações. Além dessa medida, também foram postados vídeos no Youtube dos voluntários que estavam presentes na doação. Os vídeos eram compartilhados em outras redes sociais, como Twitter e Facebook, tornando a disseminação da campanha um verdadeiro sucesso. Essa ação é um exemplo de como os organizadores e voluntários podem ajudar a transformar a sociedade por meio de uma ferramenta que se desenvolve cada dia mais: a internet.
Da mistura entre o meio digital e as transformações na sociedade surgiu o infoativismo, ou cyberativismo. Esse tipo de atividade torna possível que qualquer pessoa que tenha acesso à internet possa contribuir a favor de uma causa social. O voluntário pode, por exemplo, utilizar as redes sociais nas quais está cadastrado (como Facebook, Twitter, Foursquare) para divulgar ou compartilhar informações sobre a causa ou projeto. Ações como o Ocupy Wall Street e a Primavera Árabe tiveram grande parte de sua organização e divulgação realizadas por meio dessas redes sociais e se tornaram conhecidas mundialmente.
As redes sociais se tornaram um canal importantíssimo entre as organizações e os voluntários. É através dela que voluntários são convocados e informados sobre as atividades que irão exercer. Além disso, também é feito o acompanhamento de cada atividade a ser realizada, por meio de vídeos, fotos e transmissões ao vivo. Questões e dúvidas referentes à campanha são minuciosamente solucionadas em videoconferências e reuniões via Skype.
Um outro meio eficiente para se contribuir em uma ação social se dá por meio das petições virtuais, nas quais tudo que o voluntário precisa fazer é efetuar o cadastro e dar apoio às campanhas que são enviadas ao seu e-mail. A Avaaz (nome que faz referência ao significado da palavra luz em várias línguas de cultura europeias, do oriente médio e até mesmo asiáticas) é uma comunidade para mobilização e integração on-line entre pessoas. É um exemplo claro de voluntariado 2.0, uma vez que seu principal objetivo é mobilizar pessoas de diversos países na elaboração de uma ponte entre a realidade atual e o mundo que as pessoas desejam.
Dentre as milhares de causas envolvidas encontram-se ações urgentes com foco na pobreza, mudanças e melhorias ambientais, conflitos armados entre nações, entre outras. O modelo de abrangência da organização permite que milhares de ações individuais, mesmo que pequenas, sejam combinadas em uma poderosa força coletiva. Além disso, o portal funciona em 15 línguas, é operado por uma equipe de profissionais em 4 continentes e tem voluntários do mundo todo.
Algum tempo atrás, os grupos e movimentos sociais que tinham atuação em nível internacional precisavam formar uma base de voluntários para cada causa, ano a ano e de país em país para que fosse possível alcançar uma escala suficiente para seguir com a campanha. Atualmente, devido ao aprimoramento da tecnologia, essas restrições não se aplicam mais. Enquanto alguns grupos são formados por causas específicas e com sua própria equipe, outros agem como um “megafone” chamando a atenção para diversos tipos de causas. A Avaaz, por exemplo, conta com um único grupo de profissionais com atuação mundial, com o objetivo principal de trabalhar com questões de interesse público. Esse tipo de método permite que a instituição tenha agilidade, flexibilidade e foco em suas atividades.
ONGs de todo o mundo já perceberam a importância de estarem incluídas no cenário digital. Existem sites com dicas valiosas de como utilizar as mídias sociais em prol de atividades relacionadas ao voluntariado, como os portais americanos Nonprofit Tech 2.0 e o Mashable. O site Voluntários Online também utiliza as mídias sociais para manter contato com o público, motivando mais e mais pessoas a se engajarem. Através de redes como Facebook, Twitter e Youtube o portal publica notícias sobre atividades voluntárias que estão em andamento ou irão ocorrer, e tira dúvidas das pessoas que desejam ajudar, mas não sabem como.
Por meio desses tipos de canais é possível levar informações relevantes sobre cidadania, ética, sustentabilidade e tecnologia para a vida das pessoas. O projeto Voluntários Online disponibiliza atualmente cerca de 40 vagas, que variam de designers e tradutores a advogados e contadores. O trabalho de voluntariado a distância traz consigo uma série de vantagens e comodidade, porém, é preciso ter em mente que é uma atividade que deve ser realizada com igual seriedade de qualquer outro trabalho.
Afinal, assume-se um compromisso e são traçadas metas para desenvolver determinada tarefa, que devem ser respeitadas para que a organização mantenha e até mesmo multiplique sua credibilidade dentro do ramo voluntário.

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