Questões Globais

Por: Instituto Filantropia
07 Maio 2015 - 15h13

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Seriedade Percebida Pela População Mundial Em Desafios De Caráter Econômico, Ambiental E Social

grafico1Atualmente, vive-se em um mundo desafiador, descrito como volátil, incerto, complexo, e ambíguo. Hoje, a população se caracteriza cada vez mais como consumista e imediatista e, ao mesmo tempo, está cada vez mais sensível a uma variedade de riscos e ameaças reais percebidas. Nesse contexto, empresas,organizações da sociedade civil e governos precisam tomar decisões e se posicionar assertivamente para navegar nessas águas turbulentas, assim como oferecer liderança institucional e rumo coletivo. O estudo Monitor de Sustentabilidade Corporativa, realizado no Brasil pelo instituto Market Analysis e reproduzido pela rede GlobeScan em 24 países¹, vem acompanhando as preocupações públicas ao redor do mundo sobre uma série de questões com o intuito de melhor compreender o contexto em que diferentes organizações operam em múltiplas regiões do mundo, além de fornecer informações chave para que estas lidem com as expectativas, atitudes e percepções dos cidadãos locais. Tal estudo oferece insights e orientações para questões e gestão da reputação, estratégias de sustentabilidade e responsabilidade corporativa de planejamento e comunicação estratégica.

Ao emitir suas percepções sobre a gravidade de uma série de desafios presentes na sociedade atual, os mais de 24 mil cidadãos entrevistados pelo estudo revelam a existência de um forte sentimento de vulnerabilidade. Crime e violência são classificados como o desafio mais sério pelo público global, confirmando a interpretação do cotidiano como sendo volátil e materializando a sensação de fragilidade individual, tanto em relações pessoais como nas relações com a sociedade. A crise econômica global, que teve seu pico em 2009 em relação a problemas financeiros e desemprego, é outro fator que, apesar de ter diminuído em alguns países, assombra nações que ainda lutam para recuperar sua vitalidade produtiva e comercial. Nota-se que o desemprego, o aumento dos custos de alimentação/energia, problemas econômicos no geral e pobreza são desafios amplamente reconhecidos e que figuram entre as questões mundiais mais sérias, sugerindo que estes temas continuam a prevalecer na consciência e vivência pública (Gráfico 1).

Os desdobramentos da crise não param por aí: os dados coletados mostram que a gravidade do tema ‘pobreza’ cresceu significativamente para indivíduos dos Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Turquia e Coreia do Sul, refletindo as persistentes dificuldades econômicas pós-recessão. Em contrapartida, a seriedade percebida pelos indivíduos quanto aos desafios vividos nas áreas de cuidados de saúde e educação diminuiu em muitos países, indicando que, além da população geral ter percebido melhorias nesses âmbitos, essas questões tornaram-se parcialmente secundárias diante do aperto financeiro e a incerteza ocupacional.

Os dados revelam que persiste uma forte presença pública de temas caros à agenda social da sustentabilidade, abordagem sistêmica para equacionar os diferentes problemas defrontados pela cidadania global. Mas, e a sensibilidade diante dos problemas do meio ambiente? Há, de fato, uma preocupação mundial com a sustentabilidade ambiental? A crise ambiental cai no radar das pessoas ou permanece sepultada pelas urgências do cotidiano? Segundo resultados do estudo, problemas como a poluição ambiental são escassamente percebidos como sérios em muitos países ao redor do mundo, espelhando uma apatia pública em torno desta questão que, em grande parte, resulta da baixa prioridade alocada pelos líderes governamentais.

Mesmo diante de evidências científicas crescentes e um cotidiano ambientalmente hostil, as alterações climáticas são recebidas como fenômeno de prioridade declinante, sendo que mais da metade dos países pesquisados reage diante do assunto como sendo cada vez menos importante. Pesquisas anteriores indicam que o nível das preocupações individuais referentes ao meio ambiente e às mudanças climáticas pode ser considerado constante ou elevado até 2011, quando a instabilidade se torna efetiva (Gráfico 2). Esse aparente descaso com as fortes oscilações climáticas experimentadas ano a ano levantam um amplo questionamento sobre as causas deste fenômeno, e apontam a necessidade de encontrar novas abordagens para envolver o público nas questões ambientais, especialmente no fenômeno de mudanças climáticas. Contudo, quais seriam as possibilidades e estratégias para promover tal envolvimento? Qual o melhor método de comunicação para a conscientização de uma crise ambiental? É possível assumir responsabilidades, mudar hábitos e transformar o cotidiano ampliando a sustentabilidade em sociedade? 

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Abraham Maslow (1908-1970), pesquisador, professor e psicólogo americano, em meados do século passado, apresentou uma teoria segundo a qual as necessidades humanas podem ser hierarquizadas². A base da pirâmide constitui-se das chamadas necessidades primárias, como a satisfação de necessidades fisiológicas básicas do corpo físico e indispensáveis à vida (respiração, comida, água etc.). Acima, as necessidades de segurança (da saúde, do emprego, da família etc.), de amor, relacionamentos e estima. No cume da pirâmide, ou seja, por último, vêm as necessidades de realização pessoal (moralidade, espontaneidade, criatividade etc.), chamadas necessidades secundárias.

Segundo Maslow, esses níveis devem ser preenchidos e, assim que estiverem satisfeitos em um grau considerado razoável pelo indivíduo, o esforço de motivação se disponibilizará para o nível superior, ou seja, o indivíduo precisa ter a sua necessidade de nível inferior satisfeita para sentir a necessidade do nível superior. Isto é, cidadãos com necessidades e anseios de segurança não são motivados pela possibilidade de satisfação de suas necessidades secundárias, e não sentem necessidades sociais até então. Ao traçar um paralelo entre a teoria de Maslow e o estudo descrito, tem-se uma população preocupada e em falta com os aspectos básicos que compõem a qualidade de vida, desmotivada a ansiar por aspirações mais elevadas. Aparentemente, a grande batalha da sobrevivência concentra-se em primeiramente superar os desafios da violência, desemprego e pobreza para, então, priorizar o meio ambiente, os direitos dos trabalhadores e as questões de gênero, por exemplo. Mas, não seria a preocupação com o meio ambiente uma possibilidade capaz de assegurar as necessidades primárias no futuro? 

Que Caminho As Empresas Podem Seguir?

O sentimento global se identifica, através de uma vulnerabilidade percebida especialmente em termos econômicos, com o nível de gravidade elevado apontado sobre o desemprego, o custo de vida e a pobreza, juntamente com uma sensação de vulnerabilidade pessoal frente aos sérios desafios de crime e violência. As empresas, ONGs e governos podem reconhecer as citadas preocupações da população mundial ressaltando sua contribuição para a recuperação e o crescimento econômico, especialmente na criação de oportunidades de emprego e capacitação, contribuindo, assim, para uma sociedade mais harmoniosa e estável. As empresas devem também demonstrar uma gestão ambiental proativa, envolvendo consumidores e o público no cenário atual, dada a falta de liderança prevalecente. É possível ir além e abraçar a causa ao assumir um papel de liderança política de grande valia dentro da esfera ambiental, promovendo quadros políticos inteligentes através da luta a favor da transição para a chamada economia de baixo carbono, tencionando um crescimento econômico sustentável. 

Dados Do Brasil

Afinal, o Brasil vive a mesma realidade desses dados globais? Passou-se um ano após acontecimentos significativos no país: Copa do Mundo e as eleições mais disputadas dos últimos 25 anos foram vividas em 2014; manifestações públicas políticas marcaram as ruas e a história da nação. Esses eventos influenciaram a economia e as relações entre os cidadãos, e trouxeram visibilidade para o Brasil, país que se tornou alvo de manchetes nos principais jornais e internet mundo afora. Temas envolvendo a vulnerabilidade de uma população angustiada com crimes, violência, segurança, aumento dos custos de alimentação/energia, problemas econômicos e preocupações com o meio ambiente foram expostos em abundância durante esse período de possíveis mudanças e eventos.

Crime e violência, com maior destaque entre os desafios percebidos, são também fatores de preocupação constante e atual, já que o Brasil ocupa o 16º lugar entre os países mais perigosos para se viver, segundo uma pesquisa realizada em 2014 sobre a percepção de segurança ao redor do mundo3, e se destaca entre os países com maiores taxas de homicídio do planeta4. Por outro lado, 2014 foi o ano em que o Brasil também consolidou a superação de uma das barreiras fundamentais à aspiração de ir além das necessidades básicas, ao sair do mapa da fome da FAO/ONU e ao conquistar uma redução drástica da pobreza extrema no país. Sendo assim, foi apontado como exemplo a ser seguido no tema5.

O caminho de satisfação das necessidades primárias ainda é muito extenso, e o cenário de possibilidades é precário. Porém, a carência de priorização do meio ambiente precisa ser tratada com cautela, mesmo que no contexto atual. A volatilidade percebida transmite um paradoxo de preocupação e alheamento antagônico às exigências atuais, em que a obrigatoriedade de ações concretas corre contra o tempo e o senso de individualidade; em que o espírito de comunidade como essência da sociedade parece ter sido desaprendido e secundarizado.

1 O estudo foi realizado entre amostras representativas de cerca de 1.000 adultos em cada um dos 24 países pesquisados de janeiro de 2014 a abril de 2014.
2 Fonte: MASLOW, A. H. A Theory of Human Motivation. 1943. Disponível em http://psychclassics.yorku.ca/Maslow/motivation.htm. Acesso em 02/01/2015.
3 Fonte: Gallup, Worldwide Research, Law and Order Index, 2014.
4 Fonte: UNODC, Global Study on Homicide, 2013.
5 Fonte: http://www.brasil.gov.br. Acesso em 02/01/2015.

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