Com mais de 30 anos de carreira, os músicos paranaenses José Lima Sobrinho e Durval de Lima, conhecidos internacionalmente como Chitãozinho e Xororó, encontram tempo em suas agendas, sempre cheias, para se dedicar à cidadania.
Em 1992, a dupla criou a Fundação Chitãozinho & Xororó de Amparo à Criança, em Campinas, com o intuito de ajudar menores carentes da região. Até 1997, a fundação era mantida basicamente com os cachês dos shows. De 98 a 2002, o projeto Meninos do Brasil, inspirado em música de mesmo nome, chegou a atender
380 crianças. Atualmente, a renda dos shows não é somente revertida para a fundação, mas também para outras entidades, como a Creche Irmã Chiquinha, Lar Divino Amigo e Projeto Velho Amigo.
Os cantores ainda participaram, junto a outras celebridades, do jantar em prol do Instituto Luz das Estrelas, que será construído a partir de julho deste ano com o apoio de artistas, empresários e políticos. No jantar, os artistas se tornaram garçons por uma noite.
Em entrevista à Revista Filantropia, a dupla sertaneja conta mais sobre a fundação e responsabilidade social.
Revista Filantropia: O que os levou a atuar como garçons no jantar em prol do Instituto Luz das Estrelas?
Chitãozinho & Xororó: Nós sempre participamos de eventos como esse. Acreditamos que temos uma responsabilidade com nossos fãs, que nos vêem como modelo. Por isso, buscamos dar bons exemplos, e ajudar o próximo é o melhor deles! O jantar foi um sucesso, muitas personalidades ajudando uma causa muito bonita. Gostamos muito de participar.
Filantropia: Quais são os projetos da Fundação Chitãozinho & Xororó para este ano? Quais foram as principais conquistas até o momento?
CH&X: Os projetos consistem no apoio a outras entidades, como a parceria com a Federação das Entidades Assistenciais de Campinas (Feac) no Programa de Educação para o Trabalho direcionado para adolescentes. Estamos atendendo também a vários pedidos de ajuda para a compra de alimentos a famílias carentes, além de doações para tratamentos médicos de crianças e idosos.
O simples ato da doação já é uma conquista. Sabemos que tudo o que temos feito tem melhorado a vida das pessoas beneficiadas e isso é muito gratificante.
Filantropia: Como é hoje a rotina de trabalho de vocês na fundação?
CH&X: Não existe uma rotina pelo fato de serem todos voluntários. A diretoria se reúne mediante o número de solicitações que chegam para serem decididas.
Filantropia: Como o sucesso profissional influencia na situação de vocês na fundação?
CH&X: Com a credibilidade que conquistamos, conseguimos mais parceiros para nos ajudar nos projetos.
Filantropia: Dentre os atributos usados profissionalmente, quais vocês destacam como importantes também para a realização desses trabalhos sociais?
CH&X: Usando a abertura que nosso nome adquiriu nesses anos todos, conseguimos canalizar todo esse potencial para ajudar aqueles que não tiveram a mesma sorte.
Filantropia: Como vocês fazem para conciliar os objetivos profissionais e pessoais com o trabalho nessa área?
CH&X: O fato de termos esse envolvimento social nunca atrapalhou nossa vida profissional. Por incrível que pareça, o trabalho social não requer tanto tempo assim. Em novembro de 2003 fizemos um show maravilhoso no ginásio do Corinthians, em São Paulo, para a ONG Amigos do Bem, que há mais de 10 anos trabalha pela erradicação da fome e a miséria no sertão nordestino. Recentemente, fizemos um show em Fernandópolis para o apoio ao tratamento do câncer na cidade. Dessa maneira, ajudamos e ao mesmo tempo fazemos o que mais gostamos: cantar.