O Terceiro Setor hoje, no Brasil, tem se desenvolvido e crescido, gerando impactos importantes para a sociedade. E nós, como Rede Filantropia, que preza pela profissionalização da gestão das OSCs, não poderíamos deixar de comemorar a data de 28 de agosto - que celebra o Dia Nacional do Voluntariado. Afinal, foi com o voluntariado que o Terceiro Setor começou a se moldar no Brasil, ainda nos anos de 1500, com a Santa Casa de Misericórdia de Santos.
Esta edição é especialmente dedicada a este tema - aproveitando para abordar também o lançamento da Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, terceira de uma série que se iniciou em 2001, seguindo em 2011 e, agora, em 2021. Este ano, os dados trazem informações completas de tempos marcados pela pandemia da Covid-19, mostrando o engajamento dos brasileiros e suas ações de voluntariado.
Coordenada pela parceira da Rede Filantropia, Silvia Naccache, e com a consultoria de Felipe Pimenta de Souza e Kelly Alves do Carmo, a pesquisa identifica detalhes sobre o serviço voluntário no Brasil, traça seu perfil e compara sua transformação ao longo dos anos. Convidamos alguns parceiros da Rede para comentar alguns pontos da pesquisa - e são esses artigos que você vai encontrar nesta edição.
Alguns dos achados principais mostram que: em 2021, 56% dos brasileiros fazem, ou já fizeram, atividades voluntárias - número que, em 2011, era de 25%. Ou seja, mais do que dobrou o número de pessoas que declararam atuar como voluntárias neste período!
Outro achado interessante foi que a quantidade de horas médias por mês dedicadas ao voluntariado também cresceu muito: 18 horas/mês, em 2021, versus 5 horas/mês em 2011. Em termos de gênero, a quantidade de mulheres voluntárias é ligeiramente maior que a de homens: 51% versus 48%, respectivamente (1% declarou outras respostas). A idade média dos voluntários também subiu nesta década - de 39 para 43 anos.
Esses são alguns dos achados numéricos da pesquisa, que, na íntegra, traz muitos outros dados mapeando o voluntariado no país.
O perfil dos dados desta pesquisa também tem claramente o impacto da pandemia: há um destaque no crescimento de famílias e comunidade, assim como pessoas em situação de rua dentre os públicos atendidos pelo voluntariado.
O estudo também mostrou que durante a pandemia, a atividade voluntária mais comum foi a distribuição de recursos, e que 47% dos voluntários passaram a fazer mais atividades.
A pesquisa também demonstrou que muitos voluntários não conhecem a Lei do Voluntariado, nem assinaram termo de adesão ao serviço voluntário. Esta é uma oportunidade para que as organizações se atualizem sobre o assunto e firmem esses acordos com seus voluntários - inclusive porque o trabalho voluntário deve ser contabilizado pelas organizações (há um artigo sobre este tema nesta edição!)
Outra lacuna encontrada foi a de que a maioria dos voluntários não conhece nenhuma plataforma de promoção ao voluntariado, e também não há um consenso sobre a cobertura da mídia sobre o tema. A maioria dos voluntários se informa sobre o tema pela internet, principalmente pelas redes sociais.
A pesquisa, em sua totalidade, é extremamente completa - são mais de 300 páginas de conteúdos relevantes para o setor social, que ainda carece de estatísticas ricas como as encontradas neste estudo. Confira aqui alguns artigos que usam como base os números levantados em algumas de suas áreas, e baixe a pesquisa gratuitamente, na íntegra, para conhecer melhor o perfil do voluntariado no Brasil: https://pesquisavoluntariado.org.br/.
Boa leitura!
