Acostumados com o contato com a terra e o plantio de espécies nativas, os estudantes da escola rural Felício Bastos, em Miguel Pereira (RJ), começaram a levar para a sala de aula dúvidas surgidas em casa. Freqüentemente eles perguntavam por que o solo empobrecia, por que a safra nem sempre vingava e por que as pragas atacavam a lavoura.
As questões motivaram o projeto As sementes do futuro, criado pela diretora da escola Ana Paula Ribeiro Merino. Este é um dos 12.872 projetos certificados pelo Selo Escola Solidária, promovido bianualmente pelo Instituto Faça Parte. “Diante das perguntas dos alunos, achei importante incrementar nosso plano político-pedagógico com o projeto”, lembra a educadora. A ação surgiu em 2004 com a participação de 20 alunos da 4ª série do ensino fundamental.
As atividades começam em sala de aula, onde os estudantes esclarecem dúvidas e trabalham questões relacionadas ao meio ambiente em todas as disciplinas. Em português, reforça-se a leitura com textos sobre meio ambiente e redações sobre o tema. Em matemática, os problemas envolvem questões de agricultura, como quantas sementes são necessárias para plantar em uma área de 10 m². Em geografia, estuda-se topologia, tipos de solo, clima, desmatamento. Depois, esses conceitos são desenvolvidos na prática com o plantio de mudas na escola.
Após o projeto, os educandos passaram a se preocupar mais com o meio ambiente. Em casa o comportamento também mudou. Muitos pais afirmam que os filhos passaram a ajudá-los no cultivo das hortas familiares e passaram a ter facilidade para fazer novas amizades.