Curuquequecacá

Por:
19 Janeiro 2017 - 14h23

Era uma vez uma pergunta:

– Será que a lagarta eclodiu o ovo, ou o ovo eclodiu a lagarta?

Deus, em sua infinita sabedoria, esclareceu-me essa dúvida com uma clareira de acontecimentos e um sem-fim de coisas.

Dezoito de fevereiro, o amor desceu as escadas do céu com uma flor no cabelo. Meu coração tal qual tamborim. Até hoje o olhar do amor batuca em mim. Assim, foi assim...

Outra vez em quando, quando não se espera vem a escuridão, precisa coragem para ver a luz com os olhos do coração. Isso é Deus que "alumia" e mostra o que está acontecendo, mesmo sem enxergar vou vendo.

Foi assim que conheci a Curuquequecacá,1 uma criatura belíssima, metade menina, metade "barbuleta", dona de um sorriso encantador. Encantando a dor com seu sorriso, Curuquequecacá supera-se a cada dia. Como uma flor no cabelo da música, como uma partitura escrita por Deus, o sorriso da Curuquequecacá aflora os sentidos meus.

Assim foi. Foi então que fui indo, conhecendo aquela "barbuletinha" branquinha. Fazer? Fizemos feito!

Outra vez, Curuquequecacá ficara presa no casulo da desumanidade; assistência na hora não teve. Se sua família tivesse dinheiro, tinha tido. Escutei isso dos olhos rasos d'água de sua mãe Curuquerê.

Sua mãe Curuquerê carrega um querer forte de justiça na voz. Nós após nós são desatados com carinho, a todos os instantes, segundos, minutos, horas, dias... Curuquerê é mãe guerreira, não foge à luta, sempre na labuta com muita fé e alegria. Isso é força de querer, força de mãe Curuquerê. Propensa a sonhar acordada, Curuquerê sempre cantou para sua menina "barbuleta", Curuquequecacá, mesmo antes da concepção; a "barbuletinha" menina foi concebida com música, mesmo antes do antes, a melodia fora ritmada em harmonia. Assim...

Sim, a mamãe cantava com uma voz sem igual, encantando sua filhinha. Curuquequecacá, dentro do ovo, ouvira o querer bem no cantar de Curuquerê. A lagartinha encantada ficava envolta na seda daquele canto, lá no canto do canto. Eita, lagarta de fibra! Transformou-se em casulo.

"Desacontece" que o ser humano, do alto de sua "inguinorância", ignorou aquele casulo no canto de um canto apertado, sem ar. Nasceu Curuquequecacá, asfixiada pela desigualdade social. A "barbuletinha" fora desencorajada de voar. Um doutor com o sobrenome arrogância "desensinou" Curuquequecacá a mamar.

Entretanto, Curuquerê quis forte desejar, um querer de força grande, vontade incontrolável, desconsiderou as intempéries do percurso, com um átimo de voz, cantou uma música atemporal, outra hora, agora, outrora, foste assim, bem assim, reconheceram-se mãe e filha. Viram-se no som, num elo de transformação eterna.

Curuquequecacá deleitou-se com os olhos de sua mãe, Curuquerê, e queria saber de onde vinha tanto afeto, afetaram-se, eclodiram-se a voar com Deus.

Nem lagarta, nem ovo; quem nasceu primeiro foi o amor.

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