Crowdfunding

Por: André Gabriel
01 Março 2012 - 00h00

Mais de 1,3 bilhão de dólares captados pela internet para filantropia por meio de sites de crowdfunding ao redor do mundo. Esse é a soma apenas dos sites que publicam seus números e atuam especificamente para financiar projetos rela cionados a causas. A maioria deles consta na coluna donations da lista de páginas de crowdfunding do site Smarter Money.

No Brasil

Apesar da quantia expressiva já captada, e embora existam sites de crowdfunding no exterior desde 2002, o Brasil ainda está dando seus primeiros passos no assunto, especialmente no Terceiro Setor. Mas já existem 30 sites brasileiros de crowdfunding com a proposta de financiar diferentes tipos de projetos: criativos, shows e eventos, de software, culturais, sociais, ambientais, dentre outros.
O site brasileiro que mais tem se destacado até o momento é o Catarse, mas atua somente com projetos criativos. Direcionado exclusivamente para o Terceiro Setor, há o site Impulso, que trabalha com empréstimos a microempreendedores de baixa renda. Além disso há os sites que foram recentemente inaugurados e estão aguardando os primeiros projetos: LET’S e Vamos Agir!

Significado

Traduzido para o português como financiamento coletivo ou financiamento colaborativo, o crowdfunding é a obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo por meio da agregação de múltiplas fontes de financiamento, em geral pessoas físicas interessadas na iniciativa. O termo tem sido usado para descrever ações feitas especificamente pela internet para arrecadar dinheiro para diferentes tipos de projetos.
Potenciais doadores – a força da multidão
O foco do crowdfunding são pessoas físicas. Na verdade, uma multidão de pessoas. E é exatamente daí que vem o próprio nome, crowdfunding que, se traduzido de forma literal para o português, seria algo como “financiamento pela multidão”. Esse deve ser o foco da organização, utilizar a “força da multidão” para mobilizar cada vez mais pessoas e tornar um projeto realidade.
Entretanto, empresas também podem utilizar o crowdfunding para dar visibilidade ao seu investimento social ligando de forma inovadora sua marca a uma causa. Governos e organizações sem fins lucrativos também podem usar os sites para patrocinar projetos. E ainda, os produtos e serviços de projetos de geração de renda podem ser oferecidos como recompensa (contrapartida) aos patrocinadores dos projetos via crowdfunding.
Nessa última possibilidade, vale destacar um caso recente de um projeto denominado Krochet Kids Peru, que conseguiu captar via crowdfunding 37 mil dólares – seis vezes mais do que sua meta inicial, de 6 mil dólares. Quem patrocinava o projeto ganhava um chapéu feito por mulheres em comunidades carentes no Peru. A organização transformou o patrocínio via crowdfunding em uma compra social. As pessoas sentiam que estavam mudando a vida de pessoas no país ao patrocinar o projeto e levavam os chapéus como recompensa.

O iPhone das doações

O iPhone fez sucesso ao unir ferramentas que já existiam no mercado e criar um dispositivo extremamente útil e com design arrojado. Da mesma forma, o crowdfunding uniu ferramentas já disponibilizadas no mercado em um modelo de captação inovador, transparente e fácil de ser utilizado tanto pelas organizações quanto pelos patrocinadores.
Nem todos os sites de crowdfunding funcionam exatamente da mesma forma, mas algumas características têm se destacado na maioria deles:

  • Vídeo do projeto;
  • Meta de arrecadação;
  • Prazo de arrecadação;
  • Recompensas aos patrocinadores;
  • Integração com as redes sociais (Facebook e Twitter);
  • Modelo de captação Tudo ou Nada.

Tudo ou nada

No modelo de captação Tudo ou Nada, a organização só recebe o dinheiro se alcançar sua meta de arrecadação dentro do prazo da campanha de crowdfunding (que vai até no máximo 90 dias). Caso não consiga, todo o dinheiro é devolvido aos patrocinadores. Em princípio, isso pode parecer um ponto negativo, mas é justamente o Tudo ou Nada, com um prazo de arrecadação bem definido, que tem gerado o senso de urgência necessário para mobilizar todos os que se identificam com o projeto.
Há a opção também de um modelo mais flexível no qual é possível a captação parcial dos recursos. Nesse modelo, para incentivar o esforço para que a meta seja realmente alcançada, e também que sejam traçadas metas realistas, normalmente aplica-se uma taxa maior dos projetos que não alcançam sua meta de arrecadação.
Dos sites brasileiros para o Terceiro Setor, o Vamos Agir! atua com o modelo Tudo ou Nada; o Impulso e o LET’S permitem a captação parcial dos recursos.

Visibilidade para os pioneiros

Uma das vantagens para as primeiras organizações brasileiras que utilizarem o crowdfunding é a visibilidade pela inovação em sua forma de captação de recursos.
Com o crescimento da técnica no Brasil e no mundo, a imprensa tem se interessado cada vez mais pelo assunto. No Brasil, já foram veiculadas dezenas de matérias, inclusive na Globo News, Jornal da Globo, Fantástico, Multishow, Revista Época, Isto É, Folha de São Paulo, Jornal Estado S. Paulo, Revista Exame, Portal UOL, IG, entre outros.

Como começar?

O primeiro passo é o cadastro do projeto. Entre no site de sua preferência e procure um link para “Enviar ou Começar seu projeto”. Depois, preencha o formulário com as informações sobre sua iniciativa.

Algumas dicas

Um bom vídeo faz diferença e pode ser o grande responsável para seu projeto alcançar a meta ou não. Transmita a relevância e o apelo de sua causa em seu vídeo.
Considere o crowdfunding como uma campanha de mobilização de recursos. Planeje considerando todas as informações que constarão no site e como você mobilizará as pessoas a conhecerem seu projeto.
Engaje sua rede de contatos para que divulguem seu projeto. A probabilidade de patrocinar uma iniciativa é maior quando a pessoa toma conhecimento dela através da indicação de alguém que já conhece o trabalho da organização.
Repita a divulgação. Divulgue seu projeto no início, no meio e no final de sua campanha. Veja o perfil das doações ao longo do processo a partir de dados coletados de mais de 24 mil projetos de crowdfunding.
“Quando os ventos da mudança sopram, alguns constroem abrigos; outros, moinhos”. Claus Möller
As mudanças trazidas pelo mundo digital, pela internet e suas redes sociais vieram para ficar. Deixamos aqui, então, a reflexão: como usaremos a força dessas mudanças a nosso favor utilizando ferramentas como o crowdfunding? Ou torceremos para os ventos passarem?

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