Como o voluntariado corporativo se conecta com o conceito de ESG?

Por: Silvia Naccache, Clarissa Pires Martins
13 Dezembro 2021 - 00h00

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ESG é um termo que ganhou notoriedade no Brasil no último ano e que vem sendo bastante discutido. Em inglês, a sigla significa Governança Ambiental, Social e Corporativa. Apesar de recente no país, o ESG tem origem em meados dos anos 2000, quando o mercado financeiro começou a considerar critérios ambientais, sociais e de governança em análises de investimento. Por ter surgido dentro do mercado de capitais, o ESG movimenta o segundo setor como um todo, pois a mudança na postura dos investidores vem exigindo que as empresas se adequem a esses novos critérios de análise.

Apesar de todas as dúvidas e preocupações iniciais, aos poucos foi-se entendendo que o ESG não era algo tão novo assim. Inclui o mercado financeiro em uma discussão que já existia no mundo corporativo, que é a da sustentabilidade empresarial, de acordo com a qual empresas devem considerar aspectos ambientais e sociais nos seus negócios e medir seus resultados pelo valor que geram para a sociedade, indo além do foco apenas no retorno financeiro.

Cada uma das letras da sigla se refere a um tema específico:

E (environmental - ambiental)
Aqui estão as práticas para diminuir o impacto ambiental e os esforços para conservação do meio ambiente. Dentro do E, estamos falando de temas como aquecimento global, reflorestamento, proteção à biodiversidade e gestão de resíduos, por exemplo.

S (social)
Diz respeito a como as empresas cuidam do relacionamento com seus parceiros: colaboradores, fornecedores, clientes e sociedade. De forma prática, estamos falando de respeito aos direitos humanos em cadeias produtivas, melhoria de condições de trabalho, treinamento e capacitação aos colaboradores, estímulo à inclusão e diversidade e impacto positivo as comunidades onde as empresas estão inseridas.

G (governance - governança)
Refere-se a boas práticas de administração das empresas e engloba temas como transparência, comportamentos éticos e anticorrupção.

Entendido o conceito, uma dúvida que tem surgido é como materializar o ESG dentro das empresas, ou seja, como colocá-lo em prática. Não existe uma fórmula ou caminho único, pois as ações que cada companhia deve adotar variam de acordo com as características de cada negócio. No entanto, ações já existentes podem apoiar nesta construção, como é o caso do voluntariado corporativo.

O voluntariado corporativo, ainda que seja uma forma de praticar solidariedade e comportamento cidadão, pode ser muito mais e deve ser visto como uma ferramenta estratégica dentro das empresas. Além de gerar impacto nas comunidades, também educa e desenvolve colaboradores. E isso tem tudo a ver com o ESG!

Colaboradores que participam de ações de voluntariado têm a oportunidade de aprender e aprimorar, de forma prática, habilidades comportamentais, as chamadas soft skills. Ser voluntário exige, por exemplo, trabalhar em equipe e ter empatia para entender e respeitar a realidade do outro. Dentro do ambiente de trabalho, isso reflete em uma melhor integração das equipes, com mais apoio, troca de informação e facilidade no entendimento das necessidades de clientes internos e externos. As iniciativas de voluntariado podem ser desenhadas junto com a equipe de Recursos Humanos para que sejam trabalhadas habilidades chave para os objetivos de cada empresa.

O voluntariado também é uma forma de impactar a comunidade onde a empresa está inserida. O trabalho em conjunto com ONGs locais permite identificar quais são as urgências daquela população e em quais propostas de soluções a empresa e seus colaboradores podem se envolver. A partir daí, podem surgir ações como coleta e doação de alimentos, educação e mentoria para jovens, mutirões de limpeza ou de reflorestamento.

Além disso, o voluntariado é importante ferramenta para a educação de colaboradores na mentalidade ESG. Para que a estratégia ESG das empresas seja efetiva, ela precisa ser vivida e praticada pela empresa como um todo. Por meio das ações de voluntariado, os colaboradores têm a oportunidade de se conectar com causas e entender a importância da proteção ao meio ambiente, de apoiar comunidades e, ao ter contato com grupos vulneráveis e excluídos, também de ter um espaço de trabalho com mais diversidade.

Tornar-se uma empresa ESG não é algo que ocorre da noite para o dia, mas é uma jornada a ser percorrida que exigirá tempo, dedicação e envolvimento da liderança. E, cada vez mais, as empresas serão demandadas para agir de forma responsável frente às questões socioambientais e precisarão responder a essas demandas com ações concretas e genuínas. Nesta jornada, o voluntariado corporativo pode ser um aliado estratégico para realizar ações relacionadas ao ‘S’ e ao ‘E’.

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