Marcio Zeppelini (*)
Diretores-fundadores da ONG Canto Cidadão, meus amigos Felipe Mello e Roberto Ravagnani tempos atrás divulgaram uma curiosa pesquisa mostrando como as pessoas classificavam os acontecimentos pelos quais passavam no seu cotidiano.
Ambos constataram números interessantes que traduzem a realidade das ocorrências na vida de cada um – 95% das situações que enfrentamos são “contratempos”; 4,8% são “problemas”; e apenas 0,2%, “tragédias”.
Esses percentuais, entretanto, destoam da verdadeira percepção das pessoas, que geralmente veem a maioria das circunstâncias como “problemas” e “tragédias”, superdimensionando os “contratempos”.
Mas por que as pessoas maximizam os “contratempos” e não conseguem enxergar os “problemas” e as “tragédias” com o peso que genuinamente têm? Afinal, as diferenças entre os três são fáceis de reconhecer.
Podemos classificar o “contratempo” como um pequeno “acidente” no meio do caminho, um atraso mínimo em um compromisso, por exemplo, mas que não nos tira do nosso objetivo.
Já o “problema” trata-se de uma ocorrência intermediária que geralmente leva um pouco mais tempo para ser resolvida, e, mesmo assim, não é suficiente para nos tirar o foco.
A “tragédia”, entretanto, é um processo que envolve um acontecimento muito grave, de força maior, como um acidente que tire a pessoa totalmente do cumprimento dos seus objetivos.
Ora, “contratempos” devem ser tratados como “contratempos”. Eles existem! Basta a gente respirar fundo, organizar as ideias e administrá-las. Se quisermos evitar transtornos na vida, precisamos tratá-los de acordo com o que são – apenas “contratempos”.
Outra questão que absorve muito do nosso tempo é a procrastinação, o ato de adiar algo, o popular “empurrar com a barriga”. Embora reiteremos que vamos fazer determinada tarefa, inconscientemente acabamos nos sabotando, sempre “deixando para outra hora”. Quem nunca, não é mesmo?
Depois de muitos anos, me convenci que a melhor maneira de contornar a procrastinação é simplesmente riscar a bendita tarefa da nossa lista. É uma sensação ótima.
A chamada “Teoria da Ilha” é um bom exercício para quem costuma procrastinar e tem dificuldade para decidir o que e quando fazer. Em primeiro lugar, busque na sua lista de pendências aquela tarefa e pergunte-se se a faria na ilha. Para resposta positiva, avance uma casa, assim como nos jogos de tabuleiro.
No segundo passo, se a tarefa lhe ajudar a reunir nesse local as pessoas que você gosta, continue. E no terceiro, determine se é possível delegar a realização desta atividade a outras pessoas. Se a resposta for negativa, fique certo de que esta tarefa não é importante para você.
A partir desse exercício, comece a se planejar melhor, pois certamente essa atividade continuamente procrastinada é um empecilho de grande monta, pois consome seu tempo, sua vida.
Marcio Zeppelini é empresário e empreendedor social, palestrante inspiracional e amante de temas ligados ao Desenvolvimento Humano.
Serviço:
Acompanhe os textos e palestras de Marcio Zeppelini no site www.marciozeppelini.com.br.