Instituído em dezembro de 2019, o Dia da Filantropia é uma iniciativa que tem o objetivo de dar visibilidade à filantropia e à participação do cidadão na sociedade. A data é comemorada em 20 de outubro.
A celebração deste primeiro ano vem em um momento bastante oportuno. Por conta da crise do novo coronavírus, que tem provocado aumento no número de desempregados, entre tantos outros problemas, tem-se observado uma crescente onda de solidariedade entre empresas e doadores pessoas físicas, que têm se mobilizado para angariar recursos financeiros e materiais filantrópicos.
De acordo com dados da Associação Brasileira dos Captadores de Recursos (ABCR), até julho deste ano foram doados mais R$ 6,4 bilhões, mais do que o dobro do montante registrado no ano passado inteiro.
Recentemente, a Rede Filantropia realizou a pesquisa Eu ajudo, Tu ajudas, Todos ajudam!, que consultou 450 pessoas com idades acima de 18 anos, tanto no Brasil quanto no exterior. O objetivo da iniciativa era entender o quanto e como as pessoas se mostram solidárias em períodos difíceis.
Segundo o levantamento, 89,8% dos entrevistados afirmaram ter feito doações em dinheiro, roupas, alimentos, medicamentos e trabalhos voluntários durante a pandemia e o período de isolamento social. Deste total, 20,7% realizaram ambas as ações – doações e trabalho voluntário para alguma organização da sociedade civil ou iniciativa social.
“Embora não tenha cunho científico, a pesquisa pretendeu compreender o comportamento filantrópico do povo brasileiro, mundialmente reconhecido por se engajar em causas sociais, especialmente em momentos como este que estamos passando”, explica o presidente da Rede Filantropia, Marcio Zeppelini.
A pesquisa mostrou ainda que entre as pessoas que fizeram alguma doação durante a pandemia, a maioria (41,6%) o fez de duas a quatro vezes por ano; 35,6% doaram somente uma vez por mês; e 13,1% optaram por fazer uma doação única até o momento. Mesmo quando a pandemia terminar e chegarmos ao tão sonhado “novo normal”, a expectativa é de que as doações devem continuar ocorrendo periodicamente, conforme apontaram 77,3% dos participantes. Em contrapartida, 18,2% afirmaram que pretendem aumentar a quantidade de doações e horas voluntárias.
Em relação ao volume de doações em espécie, a pesquisa mostrou um volume de doações maior, na faixa entre R$ 50 e R$ 200, em comparação ao que era realizado antes do início da pandemia. As pessoas relataram que pretendem continuar com essa estratégia após o fim desta fase de emergência.
O movimento filantrópico que ganhou espaço no país teve grande impacto nas comunidades mais afetadas pela crise. Enquanto o governo, nas três esferas, debatia a melhor forma de recuperar a economia e dar um pouco de alento aos mais necessitados, ONGs distribuíam cestas básicas, material de limpeza, kits de higiene e transferiam renda diretamente a mulheres chefes de família.
O Terceiro Setor vem alcançando rapidamente muitos locais ignorados pelo setor público. Em algumas comunidades, por exemplo, demorariam meses até o governo levar algum tipo de auxílio, porém, felizmente, as ONGs conseguem fazê-lo em poucos dias. Em meio ao que pode possivelmente é a maior crise econômica de todos os tempos, o Terceiro Setor segue reafirmando sua importância.
Fonte: Rede Filantropia
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