Topa Um Negócio Da China?

Por: Felipe Mello, Roberto Ravagnani
07 Outubro 2015 - 13h58

 Eu sou descendente de comerciantes, em especial por parte de minha família materna. Meu avô veio do Líbano e, quase como regra na história desses imigrantes, buscou encontrar seu sustento por meio de pequenos negócios de varejo, tais como mercearias, botecos, mercadinhos e afins. Dizem que essa inclinação dos libaneses ao comércio se deve às antigas habilidades fenícias de compra e venda de produtos, tendo como meta o maior lucro possível em cada transação.

Ampliando o campo de visão, fica fácil descobrir que ao longo do tempo a orientação para o lucro não ficou restrita aos povos do Oriente Médio. Longe disso. Longe dali, em diversos cantos, ontem e hoje, a devoção à rentabilidade marcou e marca o compasso da absoluta maioria dos empreendimentos. Antes de falar mais de hoje, quero mergulhar um pouquinho mais na raiz do que chamamos de globalização.

Desde pequeno, escuto com frequência uma expressão popular: o tal ‘negócio da China’. Bem, provavelmente você sabe do que estou falando. Ou seja, um determinado contexto, normalmente associado à conquista de bens materiais, em que se consegue abraçar uma boa oportunidade, ou ainda, no jargão comercial, uma vantajosa relação entre custo e benefício.

Fui pesquisar a origem da expressão e encontrei diversas fontes. A que mais me satisfez foi a dada por Rainer Sousa, mestre em História. Ele explica que “a concepção desse termo remonta o grande interesse que os comerciantes da Europa tinham em buscar as mercadorias oferecidas pelos chineses e outros povos asiáticos. No século 15, por exemplo, a Coroa Portuguesa conseguiu alcançar um lucro superior a 6000% com a venda de produtos obtidos na Índia”.

Lucratividade capaz de fazer morrer de inveja os papas do business contemporâneo. Pois bem, buscando um pouco mais de apoio na explicação do historiador, descobrimos que os chineses, “indiferentes às demandas da Inglaterra, não tinham o mínimo interesse em abrir portas para que os britânicos participassem do cenário político do seu país. Foi então que a Coroa Britânica decidiu invadir a China na série de conflitos que marcaram as Guerras do Ópio, ocorridas entre 1839 e 1860. Após subjugarem as autoridades daquele país, os ingleses passaram a estabelecer diversos monopólios comerciais que lhe garantiram um polpudo ‘negócio da China’”.

Desnecessário ser grande especialista em economia para entender os riscos que moram na busca desgovernada por lucratividade. Invasões, genocídios, tristes processos de extinção cultural, entre outros. Incontáveis efeitos colaterais que cada vez mais lançam a conta à mesa.

Se este discurso soa inocente, mais inocente ainda parece ser aquele que ainda crê que os recursos naturais são infinitos e que os papos que envolvem responsabilidade social, sustentabilidade, comércio justo e outros são coisa de ongueiro paz e amor que adora abraçar árvores. Passou o tempo de desqualificar quem busca soluções mais inteligentes para as demandas coletivas. Patéticas, na realidade, são as organizações que insistem em fazer mais do mesmo, custe o que custar. Patéticos são os consumidores que ainda insistem em fazer mais do mesmo, sem aguçar o olhar para prestigiar quem merece e punir quem espalha na cadeia produtiva, e nos entornos em que transita, modelos de negócio que muito mais intoxicam do que nutrem.

Recentemente ouvi de um executivo de uma grande empresa que o principal sinal atual de obsolescência corporativa é a miopia em termos de responsabilidade social. Empresas velhas, caducas e cadavéricas – que reproduzem o modelo das Coroas europeias velhas, caducas e cadavéricas – violentando ecossistemas, esfolando fornecedores, impondo condições de trabalho indecentes. Tomara que o tal executivo esteja certo.

Meu avô libanês tinha o apelido de Garantido na pequena cidade paulista em que viveu. Com ele, tanto o negócio tinha a garantia de ser justo, quanto ele não deixava de ajudar da forma que pudesse a quem precisasse. Era alguém com quem se podia contar.

Eu quero cada vez mais relações garantidas por um lastro de civilidade e empatia. Particularmente, estou cansado da desgastante busca por negócios da China. Ou ainda, da associação direta entre sucesso e bons resultados financeiros. Afinal, talvez você concorde comigo que são fartos os exemplos de gente idiota (no sentido grego da palavra, “idiotés”, ou seja, sem nenhuma preocupação com a coletividade) com bolsos cheios. Gente tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro.

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