Como armazenar a enorme quantidade de informações on-line que recebemos diariamente? Desde 2004, a Web 2.0 vem trazendo novidades e diferentes possibilidades para a nova geração de internautas. Enviar um simples e-mail já não é suficiente. Estamos numa era em que precisamos “linkar” todos os tipos de ferramentas para que tenhamos acesso remoto a todas elas. Por meio da internet foi criada uma necessidade de compartilhamento de ideias, por meio do qual é possível que milhares de pessoas vejam e acessem seus conteúdos no momento que desejarem.
A Web 2.0 foi conceitualizada por Tim O’Reilly como “a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nela. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornar melhor quanto mais utilização pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva”.
Um conceito que está sobre nossas cabeças é a Computação em Nuvem. A proposta é um centro de compartilhamento, ou seja, o uso da internet como armazenamento de dados. A nuvem permite o acesso a softwares pela internet, em vez de disco rígido ou rede local de computadores. Quando se utiliza algum aplicativo baseado na nuvem, ele está disponível em qualquer lugar que se possa usar a rede – e não apenas em um determinado escritório. As grandes empresas que utilizam softwares e hardwares para aplicativos de negócios muitas vezes não entendem que, por trás de tais aplicativos, há uma enorme complexidade de sistema. Esses mecanismos necessitam de servidores, espaço físico, uso intensivo de energia, banda larga de alta velocidade etc., além do risco existente de perder toda a base de dados em um upgrade. Se muitas vezes as grandes empresas não conseguem os aplicativos de que necessitam, as organizações do Terceiro Setor ficam bem atrás com relação ao uso da Tecnologia da Informação (TI).
A vantagem da Computação em Nuvem é o seu poder de inclusão digital. As organizações que não possuem recursos financeiros para suportar um complexo sistema de TI podem optar por adotá-la, visto que ela apresenta um custo muito mais baixo, possui elasticidade para atender demanda variável e possibilita também o desenvolvimento de aplicativos mais dedicados para fins específicos, a custo baixo. Ao adquirir algum serviço da nuvem, a arquitetura compartilhada possibilita um início rápido de operação. Trata-se, portanto, de uma forma mais dinâmica, mais segura e de grande impacto para as organizações que não possuem recursos e desejam ter facilidade em sua gestão. É preciso que as entidades sem fins lucrativos tenham em mente que a nuvem é uma chance muito significativa para o paradigma da TI.
Em pesquisa realizada pela TechSoup Global, com organizações sem fins lucrativos do mundo inteiro, foi possível entender melhor o uso da computação em nuvem e os planos futuros para a sua adoção por parte das organizações. A pesquisa obteve respostas de 10.500 participantes de 88 países e evidencia os benefícios e barreiras apontados pelas diversas organizações participantes. Seguem alguns resultados: 90% das organizações que participaram já estão usando a Computação em Nuvem, 60% dizem que a falta de conhecimento é a principal barreira, 79% dizem que a maior vantagem é a fácil administração de software e hardware, 47% dizem que as mudanças relacionadas ao custo e a facilidade de configuração seriam as principais motivações para mudar sua infraestrutura de TI para a nuvem, 53% reportaram que planejam mover uma “porção significativa” de sua infraestrutra de TI para a nuvem nos próximos três anos.
Observou-se que o uso da Computação em Nuvem em geral é alto, mas tais estatísticas não endereçam quão fortemente as ONGs estão envolvidas com ela. O Terceiro Setor encara uma barreira de falta de conhecimento e de custo quanto ao tema do uso da TI.
As organizações citaram administração, facilidade de uso, custo e oportunidades de parceria como as principais vantagens da Computação em Nuvem.
Tal avanço tecnológico, combinado com o aumento da mobilidade da computação, significa uma oportunidade para aumentar a eficácia das organizações, compartilhando aplicativos e serviços em um nível mais profundo de compartilhamento de informação e de acesso aos dados no setor como um todo. É possível que as organizações fiquem nas nuvens e igualem suas operações aos softwares e hardwares de alta tecnologia. Portanto, elas devem cada vez mais entender e compreender esse novo avanço e usá-lo como parte de sua gestão.