Sete reflexões fundamentais
E se a chave para uma vida mais feliz e saudável estivesse prontamente disponível para todos? Comer bem e permanecer fisicamente ativo são essenciais, claro, mas o simples ato de fazer algo por outra pessoa também pode ter um impacto positivo e duradouro em sua própria saúde, incluindo a saúde de seu coração.
“Há um crescente número de pesquisas mostrando que o voluntariado está associado a melhores resultados de saúde física e mental”, diz Eric S. Kim, pesquisador da Harvard TH Chan School of Public Health. Um estudo realizado por cientistas da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, rastreou 1.100 adultos durante quatro anos para determinar o efeito do voluntariado sobre a pressão arterial. Descobriram que aqueles que relataram 200 horas ou mais de trabalho voluntário por ano eram 40% menos propensos a desenvolver hipertensão do que aqueles que não se voluntariaram.
O Harvard Study of Adult Development é o estudo mais longo da vida adulta que já foi feito. Durante 75 anos, foram seguidas a vida de 724 homens, ano após ano, perguntando-os sobre trabalho, vida doméstica e saúde, sem saber como suas histórias de vida se revelariam. A resposta foi que envolver-se, abraçar a comunidade, faz as pessoas mais felizes e saudáveis.
Segundo estudiosos da Universidade de Exeter, na Inglaterra, da mesma maneira que meditar, o trabalho voluntário melhora a saúde mental, reduz a depressão e confere bem-estar. Vale a pena praticar voluntariado e ser mais saudável e feliz!
Vamos refletir: será que serviço voluntário cabe na sua vida? Pergunte a si mesmo.
Aquilo que faço bem e de modo feliz é o primeiro passo para a ação voluntária. Onde me vejo com a “mão na massa”, realizando, produzindo? Ação voluntária é uma ótima oportunidade de fazer bem para si mesmo, para quem recebe a ação e para a comunidade. Só se constrói legado, impacto e resultado realizando algo bem feito. Atualmente, os programas de voluntariado abrem espaço para ações presenciais e, também, a distância; a escolha é individual e pessoal. Existem metas e indicadores de êxito a serem monitorados e avaliados
Um deslocamento complicado e demorado pode ser um complicador para a ação voluntária. Um ambiente ou um público com o qual o voluntário não se sente confortável e feliz pode atrapalhar o andamento do bom trabalho voluntário.
Afaste pensamentos que possam atrapalhar sua concentração e confiança. Reconheça seus pontos fortes – todos nós temos! Além do conhecimento técnico, quais outras competências comportamentais, como capacidade de liderança, habilidade em trabalhar em grupo e disposição para encarar novos desafios eu possuo e posso compartilhar em meu trabalho de voluntariado? Quais talentos e habilidades desejo compartilhar e como eu posso aplicar minhas habilidades de uma maneira inovadora?
Não deixe para depois: depois do carnaval, depois do feriado, quando me aposentar, quando terminar um determinado curso... É decisão pessoal de gestão e uso de tempo – do seu tempo! A noção de tempo, no senso comum, é inerente ao ser humano, visto que todos somos capazes de reconhecer e ordenar a ocorrência dos eventos percebidos pelos nossos sentidos. O tempo dedicado ao voluntariado é como qualquer outro de nossa vida: precisa ser organizado, planejado e exige responsabilidade e compromisso. Hora de trabalho voluntário tem valor: é valorizada e valorada e aparece inclusive com destaque nos currículos.
O que eu quero com a prática do voluntariado pode ser o norte para a escolha da atividade. Falta de experiência não é vista de maneira negativa. Em algum momento, as pessoas precisam começar para obter confiança e experiências.
Que excelente oportunidade para deixar um legado positivo para a comunidade! Você pode abraçar uma causa e contribuir de forma ativa para que ela seja divulgada, alcançada, concretizada.
Tem que a ver uma coerência entre os valores pessoais e individuais e seu trabalho voluntário. Sua história de vida, coisas importantes e inspiradoras desde sua infância certamente nortearão a sua decisão. Não existe voluntariado onde não há conforto, aconchego e confiança. Não é conformismo; são os desafios diários transformados em estímulo para realizar mais. Foi a minha história e da minha família que me levou ao voluntariado: uma das minhas avós foi voluntária em um hospital já na revolução de 1932, em São Paulo. A outra, apesar de não ter nenhum deficiente visual na família, dedicou seu tempo como voluntária escrevendo em braile, em uma época em que não haviam impressoras e tecnologia para promover a inclusão e a educação de cegos e pessoas de baixa visão. Seguiu assim para meus pais: meu pai, que era médico, sempre dedicou parte de seu tempo para atendimentos em instituições filantrópicas, e minha mãe, muito talentosa e habilidosa, fazia seu trabalho voluntário em oficinas de artesanato, para apoiar a área de captação de recursos de organizações sociais. Sigo com meu voluntariado, que faz parte do meu dia a dia e da minha história. Espero seguir essa tradição, inspirando meus filhos e participando da construção desta sociedade que queremos mais bonita, mais feliz, com mais qualidade de vida para todos.
Voluntariado cabe na sua vida? Escreva também essa história!
