Em um país onde 10% da população mais abastada concentram 40,5% do rendimento total dos trabalhadores – e os 40% mais pobres ficam com 13,6% desse montante –, a desigualdade deve ser tratada como o fator que origina “quase” todos os problemas encontrados nas cidades brasileiras. Essa é a opinião de Oded Grajew, coordenador geral da Rede Nossa São Paulo. Grajew dirige também o Programa Cidades Sustentáveis (PCS), que lançou no dia 15, em evento que reuniu prefeituras signatárias da iniciativa no Sesc Consolação, em São Paulo, quatro novas ferramentas que pretendem aprimorar os instrumentos de gestão pública, direcionado tanto para o poder público como para a sociedade civil.
Uma delas tem a intenção de justamente ajudar na redução da desigualdade nas cidades do Brasil. Trata-se do Guia orientador para construção de Mapas da Desigualdade, que orienta e incentiva os municípios brasileiros a reunirem os indicadores necessários para concretizar seu próprio mapa. Durante o evento também foi lançado um anexo do Guia de Gestão Pública Sustentável, contendo os indicadores do PCS e suas correlações com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Este material também apresenta orientações para a elaboração do Plano de Metas, que deverá ser apresentado por todas as prefeituras que assinaram o PCS ainda no primeiro semestre de 2017.
O evento contou ainda com a apresentação de outras duas publicações. Uma delas é o Guia de Ação Local para o Clima, que pretende auxiliar gestores públicos na execução e revisão de ações relacionadas às transformações do clima, ajudando-os a preparar suas cidades para que lidem melhor com os efeitos e impactos das mudanças climáticas. O quarto documento apresentado no encontro é o Acesso à Justiça no Brasil: Índice de Fragilidade dos Municípios, que sistematiza dados existentes sobre o tema e propõe um índice para medir o nível de acesso à Justiça em cada cidade do Brasil.
Fonte: Portal Aprendiz